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Teus olhos, com aquele brilho fantástico, num olhar meigo e carinhoso, a observar uma pequena criatura decadente, desesperada, invadida por um sentimento de dor e solidão. Apesar da imagem desesperadora, teu olhar reflete um sentimento de amor. Um amor resguardado. Um amor inibido. Talvez um amor jamais merecido pelo pequenino ser, insignificante para tão incomparável sentimento.

Tua voz, pronunciando doces palavras de consolo para alguém que não possui o menor valor. Mas valorosas são as tuas palavras para alguém que está inundado por tanta tristeza. Todas as palavras são importantes, ele está completamente cego, talvez ofuscado por tão radiante luz. Luz sem igual, emitida por alguém sem igual. A luz de um sentimento chamado amor. Amor por alguém que resplandesce. Por alguém que brilha mais do que a própria luz.

Mas a tristeza não encontra lugar em uma insignificante criatura desesperada. Pois não há alegria maior do que ouvir as mais suaves palavras, ter o privilégio de contemplar uma beleza jamais vista em qualquer ser que habita o Universo, olhar nos olhos mais reluzentes já vistos em toda superfície da terra, e poder também amar a mais amada das preciosidades existentes no universo de nossas tão limitadas vidas.

Robson Martins - 05/01/2000